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A escrita como ponte entre mundos: a espiritualidade e a literatura em diálogo

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Escrever sempre foi mais do que alinhar palavras no papel: é atravessar limites, revelar emoções, construir pontes entre o que sentimos e o que os outros podem sentir. Quando unimos a literatura à espiritualidade, essa ponte se torna ainda mais ampla — capaz de ligar o visível ao invisível, o transitório ao eterno.


Desde os tempos mais remotos, o ser humano busca traduzir o mistério da vida em narrativas. Os mitos, as parábolas e os poemas sempre foram maneiras de falar daquilo que não se explica apenas com a razão. Hoje, a escrita continua sendo o fio que conecta nossos anseios terrenos às verdades espirituais que nos sustentam.


Não é por acaso que os grandes textos religiosos e filosóficos marcaram a história da humanidade: a Torá, a Bíblia (com os Evangelhos de Jesus), o Alcorão, entre tantos outros que moldaram culturas inteiras. No Espiritismo, a Codificação de Allan Kardec, com O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, também se tornou uma referência literária de grande valor. Mais que um compêndio doutrinário, é uma obra que convida o leitor ao diálogo entre fé e razão, construindo uma visão realista da vida espiritual.


A partir daí, médiuns como Chico Xavier, Divaldo Franco e tantos outros que serviram de intermediários entre os espíritos e nós, encarnados, ampliaram esse legado, mostrando que a literatura espírita pode se manifestar em diversas formas: romances, mensagens, biografias e reflexões. Cada página é uma possibilidade de aprender, consolar e despertar.

Quando o escritor se abre à espiritualidade, sua obra se transforma em mais do que arte: torna-se instrumento de aprendizado e cura. Não importa se em romances, contos, ensaios ou reflexões — a palavra escrita ganha asas, levando esperança a quem lê, luz a quem busca e serenidade a quem sofre.


Escrever, nesse contexto, também pode ser compreendido como uma prática espiritual. Ao alinhar pensamento, sentimento e intuição, o autor se conecta consigo mesmo e com o Plano Maior. A escrita torna-se, assim, um exercício de autoconhecimento, uma forma de oração silenciosa que ecoa através das palavras.


Por isso, a escrita pode — e deve — ser vista como uma ponte entre mundos. Uma ponte que não divide, mas une. Que não se limita ao papel, mas ecoa na alma de quem lê.

Que cada livro, cada texto, cada palavra escrita sob a inspiração do amor e da fé seja um convite a olhar para além das aparências. Pois escrever, nesse contexto, é lembrar ao mundo que a vida não termina na matéria e que somos todos viajantes de uma mesma jornada infinita.

 
 
 

1 comentário


Luiz Afonso
Luiz Afonso
01 de out.

Texto excelente. Uma mensagem elucidativa para aqueles que querem escrever, mas sentem receio. Parabéns.

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© 2019 por Suzana Simione

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